Venho por meio desta comunicar a quem interessar possa (quase ninguém, mas ainda assim) que estou assumindo ter sido uma pessoa preconceituosa.
Baseado em pouquíssimas conversas com dois amigos, alguns filmes e outras referências (principalmente Mel Brooks), acreditei que meu entendimento do povo judeu se aproximava da realidade. Acreditei que se tratava de um povo que, após um duro aprendizado de mais de cinco mil anos, com uma impressionante tradição oral e escrita, ao redor de todo o planeta, tenha aprendido e repassado aos seus descendentes uma valorização da paz, justiça e igualdade.
Acreditei que, no seio de uma família judia, corriam valores como o estudo da história, a tradição, o conhecimento e a retórica necessária para jamais, em lugar algum do planeta, o Povo Escolhido apoiar por acidente medidas facínoras e desprovidas de embasamento, em troca de uma solução mágica dos complexos problemas sociais.
Eu estava errado.
Eu estava completamente errado.
E eu sinto muito.
Bolsonaro palestrou dentro da Hebraica para trezentos ouvintes, aqui no Rio de Janeiro, e foi aplaudido. Apoiou o fim das ONGs, das reservas indígenas, dos quilombos, e foi aplaudido. Apoiou a exploração de alegadas riquezas por todo o território nacional e foi aplaudido de novo. Fez piadas racistas, desumanizou quilombolas, e um comentário desses, tão perto de "judeu não é gente" numa Alemanha de sessenta anos atrás, provocou gargalhadas da platéia.
Descendentes de um povo que era exterminado, massacrado, mutilado e tratado como menos que gado, divertiu-se ouvindo "o afrodescendente mais leve pesava sete arrobas, não servia nem pra reproduzir mais", em duas claras referências a gado na mesma frase.
E pensar que minha desinformada admiração me fez passar meses de figuração na Record pedindo pra fazer hebreu.
Desculpem-me, por favor. Eu estava sendo preconceituoso, e é um erro que não pretendo cometer novamente.
Baseado em pouquíssimas conversas com dois amigos, alguns filmes e outras referências (principalmente Mel Brooks), acreditei que meu entendimento do povo judeu se aproximava da realidade. Acreditei que se tratava de um povo que, após um duro aprendizado de mais de cinco mil anos, com uma impressionante tradição oral e escrita, ao redor de todo o planeta, tenha aprendido e repassado aos seus descendentes uma valorização da paz, justiça e igualdade.
Acreditei que, no seio de uma família judia, corriam valores como o estudo da história, a tradição, o conhecimento e a retórica necessária para jamais, em lugar algum do planeta, o Povo Escolhido apoiar por acidente medidas facínoras e desprovidas de embasamento, em troca de uma solução mágica dos complexos problemas sociais.
Eu estava errado.
Eu estava completamente errado.
E eu sinto muito.
Bolsonaro palestrou dentro da Hebraica para trezentos ouvintes, aqui no Rio de Janeiro, e foi aplaudido. Apoiou o fim das ONGs, das reservas indígenas, dos quilombos, e foi aplaudido. Apoiou a exploração de alegadas riquezas por todo o território nacional e foi aplaudido de novo. Fez piadas racistas, desumanizou quilombolas, e um comentário desses, tão perto de "judeu não é gente" numa Alemanha de sessenta anos atrás, provocou gargalhadas da platéia.
Descendentes de um povo que era exterminado, massacrado, mutilado e tratado como menos que gado, divertiu-se ouvindo "o afrodescendente mais leve pesava sete arrobas, não servia nem pra reproduzir mais", em duas claras referências a gado na mesma frase.
E pensar que minha desinformada admiração me fez passar meses de figuração na Record pedindo pra fazer hebreu.
Desculpem-me, por favor. Eu estava sendo preconceituoso, e é um erro que não pretendo cometer novamente.