quarta-feira, setembro 23, 2009

respostas cretinas para perguntas imbecis - informática

Provavelmente eu vou fazer uma série de posts que nem esse.
Cada vez que você encontra uma resposta à prova de imbecis, surgem modelos mais eficientes de imbecis.
Vocês vendem cartucho?
  • Não, senhor. Essas caixas brancas aqui são esquifes para pequenos roedores.
  • Sim. Mas só temos a de 300 para escopeta cano duplo.
  • Não. Os monges cartuxos são de uma ordem extinta no século XIII pelo Concílio de Nantes. Estamos sem estoque há 700 anos.
  • Sim, mas só temos o sabor atum.
Tem cartucho preto e branco, ou só o colorido?
  • Só temos cartuchos NTSC.
  • Sim, temos o Preto, o Branco e o cartucho Glitter também
  • O Preto temos original, mas o Branco só da LiquiPaper.
  • Infelizmente só trabalhamos com cartuchos Technicolor.
Você tem aquela peça de colocar atrás do micro?
  • Não, mas a sex shop fica no subsolo.
  • Nossa última leva de massa corrida saiu ontem.
  • Eu parei de fazer teatro há dez anos, senhora.
  • Qual delas? Vida inteligente ou tomada? 

quinta-feira, setembro 17, 2009

Aí, xará!

Você leu Watchmen? E depois, foi ver o filme?
Acho que todo nerd por aí sabe que Alan Moore tem nas costas uma triste maldição: nenhum de seus roteiros de quadrinhos, todos maravilhosos, viram um filme minimamente passável. Se você gostou de "A Liga Extraordinária", com a vampira-biscate e um Alan Quartermain que NÃO é viciado em ópio... Desculpe, volte a ler sua Turma da Mônica.
Mas deste ângulo de análise, eu consigo dizer que Watchmen é uma adaptação fiel. É só você engolir que o Comediante é aquela paquita bombada e o resto flui muito fácil. Acho que com esse comentário você já entendeu meu carinho por esse senhor Jeffrey Dean Morgan. Pois é.
Pois fique sabendo que anda um projeto aí para filmarem LOBO, com censura TREZE ANOS, e esse retardado se acha na qualidade de interpretar o Sr. Infodível em pessoa! Bom, na medida em que qualquer um pode se maquiar com a cara branca e colocar a língua pra fora... pode. Vamos ver, né.
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Eu pensei que era sacanagem. Ainda dou risadas sozinho na fila do banco lembrando do trailer de Campo Minado, o Filme. Mas é pra valer. A Hasbro e a Universal têm um contrato que já nos rendeu Transformers e G.I. Joe, e agora lançam uma emocionante e tensa história de uma batalha envolvendo cinco navios... chamada Batalha Naval. Se eu dou uma idéia dessas na mesa do botequim, nego me sacaneia dizendo que viajo muito. Agora eu tenho certeza, o problema nunca foi comigo, mas com quem eu falo. Afinal, não sou eu que estou de sacanagem, é o mundo.
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Eu ainda estou atrás de uma cópia de "Moon", o filme dirigido pelo filho do David Bowie.

terça-feira, setembro 15, 2009

Perenidade

"Detesto computadores".
Quis ouvir isso muitas vezes, pois nada pior que um idiota motivado na frente do teclado. Ouvi poucas.
Por muito tempo, esses poucos eu ainda não entendia, poxa, como se pode odiar a revolução do século 21? Tudo aquilo para que nos preparamos durante 3 décadas! Imagino que os reformistas também não entendiam os monarquistas, 3 séculos atrás lá na França.
Mas eu agora encontrei uma boa razão para odiar computadores. A palavra "perenidade".
Você deve ter tido boas chances de ver fotos do seu avô criança, né? Aquelas preto e branco, todo mundo com roupas engraçadas... E você acha que seu filho vai conseguir ver suas fotos? Não. Ele vai ter mais chance com as fotos do bisavô que o papai aí.
A base daquelas fotografias era papel espesso, com fibra de algodão, em nitrato de prata. Como pode-se comprovar, dura muito. As suas, isso quando você as revela, são substrato de celulose, polímero plástico e tintas de origem vegetal. A durabilidade é de cento e tantos anos contra cinco. Eu disse, cinco anos.
Vá lá, alguém pode dizer, no longo prazo não se conta nem uma nem outra, até a foto com nitrato não deve resistir mais que 300 ou 400 anos. Nada que se compare a uma pirâmide. Ou à Torre Eiffell.
As mídias de hoje são temporárias. Os discos, seja CD, DVD, ou o novo Blu Ray, não resistem sequer a vinte anos de manuseio. Uma certa diferença se compararmos com os vinis, ou os 8mm. Estamos trocando durabilidade por visual.
Dentro de duas gerações, todo o nosso tempo presente, por mais chato que seja, terá se evaporado. Já é um pouco difícil rastrear a década de 80, não que tenham tantas coisas lá que nós precisemos, mas pense nisso. Imagine como vai ser explicar uma música do Faith no More.

sexta-feira, setembro 11, 2009

A nave - final da queda.

Dali, aquele momento enorme em que eu me abraçava ao poste, e o próprio poste subia com um pedaço do chão, tudo ficou indefinido. Senti uma pancada de lado, senti pela primeira vez na vida o que era uma fratura, ou várias, porque foi o esmagamento das minhas costelas, com um pedaço de entulho que me acertou. Ainda assim, já sentindo a palidez e o suor frio, podia me mexer como se tivesse tomado uma bolada no futebol. O choque é que me ameaçava.
– Não pira, não pira, não pira... eu me repetia, sei lá se era em voz alta, baixa ou pensamento. Tinha que continuar procurando um jeito de sair dali.
Fui andando pelo que era a Avenida Rio Branco, o meio mesmo da pista. Um monturo grande se via uns cinquenta metros adiante, ali onde se cruzava com a Presidente Antônio Carlos. O estrondo de mundo acabando me rodeava, como se rugisse para mim, de todas as direções uma nota nova, sempre grave, de concreto se esfacelando, chão tremendo...
Entendi de repente que o chão deve ter se levantado comigo por causa do metrô, ali embaixo. Entendi isso enquanto olhava em volta e percebia que, na verdade, a Avenida tinha descido uns cinco metros! A única maneira de sair rapidamente daquele caos era me localizando em cima daquele monte ali na frente, e corri pra lá.
Subi ali, segurando meu lado esquerdo, arfando, sentindo uma baba de gosto familiar na boca, tossindo, e começando a sentir a cabeça girar. Estava começando a assimilar a quantidade de dano que meu corpo recebera, e conforme ia acontecendo, o controle do corpo ia ficando uma idéia distante. Tudo amolecendo. Mas consegui chegar lá em cima.
Cheguei a girar a cabeça e ver, o antes imponente prédio da Caixa Econômica tinha vários andares sem janela, o Edifício Avenida Central estava parecendo errado, e tudo o mais... foi ficando azul. Caí sem perceber muito bem onde. Tinha um buraco em cima daquele monte. A luz do céu, nublada pela poeira, virou um buraco lá em cima; e esse buraco foi fechando.
Eu caí dentro da nave! Aquilo era uma nave! Socorro...
E não me lembro mais de muita coisa.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Se, de Rudyard Kipling

Se você pode manter a calma quando todos sobre você
Já a perderam e o culpam por isso;
Se você pode confiar em si mesmo quando todos estão duvidando,
Mas reluta em também duvidar deles;
Se você pode esperar e não se cansar esperando,
Ou, sendo mentido, não devolva em mentiras,
Ou, sendo odiado, não se dê chance de odiar,
E ainda não parecer bom demais, nem falar muito sabiamente;

Se você pode sonhar - e não fazer dos sonhos seus mestres;
Se você pode pensar - e não fazer dos pensamentos seu objetivo;
Se você pode se encontrar com o triunfo e o desastre
E tratar a estes dois impostores da mesma forma;
Se você pode agüentar ouvir as verdades que você falou
Transformadas em facas afiadas numa armadilha para bobos,
Ou assistir as coisas para as quais você deu a vida se quebrarem,
E se inclina e reconstrói do nada com ferramentas fora de uso;

Se você pode juntar tudo que ganhou
E arriscar tudo em um lance,
E perde, e começa novamente do início
E nunca suspirar uma palavra sobre sua perda;
Se você pode forçar seu coração e nervos e tendões
A lhe servirem no seu minuto decisivo, mesmo esgotados,
E assim agüentar quando não houver nada em você
Exceto a Vontade que diz a eles "Agüentem";

Se você pode falar com multidões e manter sua virtude,
Ou caminhar com reis - e entre a plebe não te corromperes;
Se nem inimigos nem os amigos amorosos podem te ferir;
Se todos os homens contam com você, mas nenhum muito;
Se você pode encher o minuto irreconciliável
Com sessenta segundos corridos de valor -
Sua é a Terra e tudo o que há nela,
E - o que é mais - és um Homem, meu filho!

Mulan, o curta

Uma vez a gente ficou imaginando que desenho da Disney nos representava. Eu disse que ela com certeza era a Bela, porque adorava ler, ad...