terça-feira, agosto 21, 2012

Random thinking (if that's possible for me)

Sete pecados capitais, cada um custa a sua cabeça. Você pode achar formas novas de cometer velhos pecados. Os joguinhos, os joguinhos todos de Facebook e derivados, eles podem te ajudar com a sua avareza e cobiça, fornecem novas gramas mais verdes em novos vizinhos. Você pode ter novas gulas, novas glutonias, e devorar livros que enchem sua cabeça e jamais te levam praquele mito poderoso que irá curar sua nação.
Povo de Canaã, aceite o Pilão desta Capital!
Em algum momento que é memória, portanto já passou, admito que minha memória é sem distinção da passagem do tempo. Ontem e na infância são a mesma coisa, o que no meu caso faz um sentido especial. Mas aí ouço em resposta que essa é uma das características da psicose. Que eu pensava que tinha a ver também com gostar das coisas sempre na mesma ordem.
Toc, toc.
Minha nave está à deriva, combustível demais e propulsão de menos. Falta o navegador falar alguma coisa. Malditos, malditos mapas, eles sempre são confusos de entender. Mas ainda bem que eu sou o capitão. Quem tem que ficar nervoso com a falta de rumo sou eu. E eu já me acostumei a ser de Peixes.
O problema de ser amigo dos monolitos é que você começa a entender a manha deles. Eles parecem lapidares, mas nunca foram. Mudam de idéia mais do que patricinha bulímica na Gávea. Elas sim, se você quer saber, elas sim são determinadas. Apesar de se renderem a uma vaidade de serem nada, cada vez mais nada, cada vez mais vazio ao redor delas, elas ainda assim tem mais coisa na cabeça do que a gente pensa. Mas a cabeça também rola, no capital dos pecados.
Ainda bem que eu não fui, mas queria ter ido. Se tivesse ido, não estaria onde precisam de curativos. Emergência, emergência, onde eu posso sedar a arrogância?
Eu já senti a pata do leão me guardar antes. Pra depois. Ainda estou aqui, mas até quando? E esse pavio, qual a regra dele? Tão curto, mas tão curto, e ainda assim sempre está a meio caminho de terminar.
Até que um dia termina, e você descobre que o arqueiro do paradoxo é você.

quinta-feira, agosto 16, 2012

Desculpas

Eu nunca culpei. Nem vou culpar. Ninguém.
Depois de um tempo, com o nível de compreensão certo, podemos simplesmente entender que nossas ações são responsáveis pelas consequências. O mundo não é, perceba, tão simples. Histórias de séculos atrás ainda tem influência nos eventos atuais. O que aconteceu ontem não tem a menor importância, por outro lado. Nenhum peso é absoluto, tudo depende do observador. Se o observador for eu, a minha decisão é me responsabilizar por tudo. Até onde minha vista alcança, a culpa é minha e eu vivo assim.
Pode parecer triste, a mentalidade de um deprimido. Mas aí vai o segredo: não me arrependo de nada, e na medida do meu possível, as histórias que passam por mim ficam amarradas e encerradas. Se não ficaram, ainda que minha culpa esteja lá, é porque não pude fazer mais nada. Portanto, não me arrependo de quase praticamente nada.
Apostei, por exemplo, uma caixa de cerveja num relacionamento. Na hora parecia divertido, porque eu tenho essa vaidade de ver no futuro. E eu achei genuinamente que ninguém se machucaria, que tudo seria uma espécie de "polícia e ladrão" de adultos, uma farra. Hoje eu me envergonho de ter feito isso.
Essa é uma das raras vezes que guardei arrependimento. Tiveram outras. Até bem piores. Droga, eu erro. E daí?
Por muito tempo na minha vida eu tentei montar meu time. Não as pessoas perfeitas, mas aquelas que tinham o que eu não tinha. Crente que basta informar seu intento, e ser compreendido, eu me comunico com todo mundo, conto meus planos, me preparo. Luto o tempo todo pelo que eu quero, e não pense que desejo ser feliz - quero apenas ser dono dos meus problemas.
Não quero ser culpado do que os outros decidem jogar nas minhas costas. Não quero carregar ninguém. Não quero parecer um morador de vilarejo de videogame, que está sempre disposto a ajudar qualquer um que passe pela porta.
Quero ter minha família, passar uma chave na porta e respirar. Enquanto o mundo fica lá fora. Fora do meu endereço.
O que eu não aguento é perceber que a insegurança dos outros tem que ser jogada na minha cara. Eu já tenho minhas dúvidas. Eu já tenho meus aborrecimentos. Eu já compartilhei o que era só meu. Vai cuidar da sua vida.
Eu não quero é conviver com pessoas que me irritam profundamente, esbravejam suas verdades na minha cara, interrompem minhas respostas. E quando eu finalmente perco a paciência, de dois em dois anos, e tomo uma atitude, não fiquem choramingando pelos cantos, querendo fugir do monstro.
Não quero aquele olhar imbecil de ignorância, como se eu tivesse simplesmente ficado louco de repente, e o que passou há cinco minutos ser esquecido pelo benefício de uma vítima de ocasião.
Não quero os conhecidos me olhando como se eu fosse o pior ser humano, me encarando como se imaginassem de que maneira aquele homem civilizado se torna um doente mental que ataca sem razão, porque ao meu redor tudo que eu crio é opressão e desgraça.
E se não puder ser assim, então paciência. Vou embora. E nesse dia, desculpe, não vou me arrepender.
Cansei de ser idiota.

quarta-feira, junho 20, 2012

Pára esse táxi que eu tô perdendo honra!

Eu nem conseguiria imitar o jeito que meu amigo fala. Eu só sei dele que é o estúpido mais gentil do mundo. E que tudo que ele fala tá sempre um pouco mais pro lado esquisito do que você esperava.
Enquanto bons amigos dizem

Eu e meu amigo, que eu batizei de Ryu, mas já foi Mozart com bermuda havaiana, falamos assim
e não tamos nem aí.

Quem não gostou, que durma no beliche de baixo.

quarta-feira, junho 13, 2012

Educação e você, nada a ver

Encontrei essa citação do Chris Hedges no Facebook,
e resolvi adicionar como primeiro recadinho do chalkboard.
Li essa citação do Chris Hedges, e tomo a liberdade de citar a minha própria tradução pra fazer alguns comentários.
Compramos a idéia de que educação é sobre treinamento e "sucesso", definido monetariamente, mais do que aprender a pensar criticamente e questionar.
Quando ele fala que nós compramos, é isso mesmo, o primeiro problema com a educação é que toda ela virou uma compra de conhecimento. Eu compreendo que existe a necessidade de se pagar pelo estudo, e aceito que uma instituição de ensino precise funcionar com dinheiro. Mas não entendo o abandono que o processo de pensamento apresenta nos dias de hoje.
Não podemos nos esquecer de que o principal objetivo da educação é produzir mentes, não carreiras.
Com tantas diversidades no pensamento hoje em dia, seria de se esperar que a matriz básica, o feijão com arroz de todos os estabelecimentos de ensino fosse produzir em nós as dúvidas. Como ter dúvida, como debater as dúvidas, como encontrar respostas. Muitos problemas que passamos no dia a dia seriam muito fáceis de se superar com a tolerância gerada pelo verdadeiro diálogo.
Uma cultura que segue atentamente a interação vital entre moralidade e poder,
Porque nós ficamos obcecados, e faz tempo, com o progresso da capacidade de registro e o regresso do conteúdo. Pensa nisso assistindo A Fazenda, o BBB, o Brasileirão ou a classe média se assassinando.
que confunde técnicas de gerência com sabedoria,
Pense bem, porque afinal existe uma faculdade de Administração? Quando você vira Administrador do Comitê Gestor de Gerências, isso melhora qual parte daquilo que você é?
que falha em entender que a medida da civilização é sua compaixão
 E isso infelizmente não significa fotos de gatinho com mensagens legais, juro, isso tá mais pra prestar atenção nas coisas que você faz.
e não sua velocidade ou habilidade para consumir, condena-se à morte.
Super bacana você ter conteúdo visível no google, porque tem resenhas bacanas sobre produtos, e aí poder anunciar no seu espaço porque tem audiência o suficiente, mas em que exatamente isso melhora o ser humano que você era?

quarta-feira, abril 18, 2012

seu Mendes.


Quase esqueço de contar essa:
Tava ontem conversando com seu Mendes, esse camarada que vejo menos do que gostaria, e falávamos de um amigo em comum, o Paulo Neo, filho do Gaúcho.
Eu aqui com o ligamento rompido, dizia, e me sentindo meio diminuído por causa disso, contava ao seu Mendes que fui comentar isso com o Neo, e ele me responde que tem os dois ligamentos cruzados rompidos, há anos, só incomoda um pouquinho. Falei sobre como o Neo é um exemplo de força, bravura, coragem. Apesar de, de vez em quando, isso levar nosso amigo a acidentes fabulosos, mas isso não importa, só reafirma o que podemos ver. Dizia ao Mendes que achava o Neo um exemplo a ser admirado. Bem mais que eu, por exemplo, underachiever como me sinto regularmente.
Seu Mendes me encarou com aqueles olhos verdes, aquela chama inextinguível dentro dele, e me disse, "mas você é um exemplo, também. Um exemplo de amizade."
Vocês todos têm que ter a oportunidade de conhecer, um dia, seu Mendes. Algumas colocações dele, durante a conversa, são colocadas de maneira lapidar. É como se todo ele estivesse naquela frase em especial. E foi com esse tom que ele me encarou, e disse o que citei acima. Lapidar. Firme.
Eu não estava esperando. Esse comentário calou lá no fundo do meu coração.
Pior ainda, tinha que subir ao apartamento para resolver uns pequenos assuntos, pouco importantes porém urgentes. Tive que me despedir às pressas do seu Mendes, lágrimas correndo pelo rosto.
Ah, seu Mendes. Obrigado. Sei que você dificilmente vai ler estas linhas toscas, mas fica aqui meu agradecimento.

domingo, fevereiro 19, 2012

Fevereiro até aqui

As pessoas fazem um baita marketing desse negócio de entender o mundo pela bondade. Julga-se pelo luto, pela tristeza, julgar a tudo e a todos é fácil, só abrir o Facebook e tudo lá está.
Hoje, eu vou me expor a este julgamento.
Fazendo um rápido balanço desse mês, comecei rompendo o ligamento cruzado do joelho, usaram meu cartão de crédito na internet, clonaram meus cheques, a reforma da casa da minha mãe foi o dobro do esperado (tudo bem, sempre é, né). Estou de molho no carnaval, o que normalmente faço mesmo, mas desta vez esperando a perna dar uma melhorada enquanto avalio se vou operar ou não. Provavelmente não tem jeito. Uma ex namorada deu pequenos peripaques inexplicáveis.
Mas olhando pelo lado bom, estornei as compras indevidas com o cartão, estornei os cheques clonados, tenho alguns bons amigos com que contar, ganhei um PS3 com Skyrim e Fallout 3, tô quase terminando meu tratamento dentário radical e doloroso, tenho uma namorada fogosa que me adora...
E, mais importante, minha avó morreu.
Vamos lá, transeuntes, julguem à vontade. Me olhem feio. Sou abominável, estou em júbilo porque minha avó passou um ano sofrendo e morreu. E acrescento, foi é pouco. Quebrou a perna e passou um ano esperando a pressão regular pra poder operar, não deu, o calcanhar necrosou. E digo, de novo, foi é pouco.
Regularmente, sou ateu. Como qualquer pessoa, tem horas que a coisa enrosca e não dá pra explicar, sinto que tem um poder maior, uma força, não tenho erudição pra explicar, mas parece que às vezes sinto que faz sentido contar com um Deus. Essa é uma hora dessas. Quero que Deus exista, pra que, existindo, tenha criado um Inferno, complexo como os são os pecados dos homens. E nesse apelo desesperado por um além-vida, espero que este tipo de Deus esteja encarando minha avó agora.
Eu tenho certeza que alguns conhecidos, ao ler estas linhas, se escandalizará. Se a estes pobres for dado o hábito da leitura, sugiro que procurem num sebo o romance de Agatha Christie, Cai o Pano. Ou preste muita atenção na descrição factível que Holmes dá de seu arqui-rival Moriarty.
Um inimigo que manipula joguetes para seus crimes, uma entidade por trás do mal, fertilizando a discórdia e as mágoas. Um inimigo de inteligência tão versátil, de domínios tão variegados, que a única assinatura de seus malfeitos é que eles não têm assinatura alguma. Essa era a minha avó.
E para aqueles que ainda se escandalizam com minhas palavras, digo que foi tarde: dois de seus filhos ela conseguiu enterrar, ambos com problemas emocionais tão sérios que, pela tristeza, ou como eu creio, pela torpeza dos atos de outrém, foram levados dessa vida antes da hora. Eu mesmo, que me levantei na última hora tantas vezes da vala de emoções perdidas, poderia ter sido uma terceira alma a cair pela vilania indireta dessa monstra. Minha mãe, primogênita dela, até hoje com o emocional tão abalado que não se sente bem em lugar algum, poderia ter sido mais uma. De uma longa lista.
Falem o que quiser, mas eu sei do que eu vi: uma família numerosa, partida em vários pedaços, calcada em ódio, irmãos se odiando, mães e filhos que não se falam mais até hoje, e aquela criatura lamentável, com um brilho enfeitiçado no olhar, em regozijo, sorrindo, no meio. Vivi com ela, na intimidade, e lembro claramente de ouvi-la por horas se gabando de quem ela tinha deixado colérico naquele dia, ou no outro.
Tenho a mesma inteligência que a dela, talvez não tão desenvolvida, e sei que poderia fazer o mesmo que ela fazia, infernizar os outros só pelo mesmo sentimento que uma criança aleijando um inseto: o poder. Ou a ilusão dele. Não importa, não caí, não me nivelei, e estou aqui dizendo, "vivi, mais que ela, melhor que ela, e sou amado".
Ela que se dane.

Mulan, o curta

Uma vez a gente ficou imaginando que desenho da Disney nos representava. Eu disse que ela com certeza era a Bela, porque adorava ler, ad...