quinta-feira, dezembro 04, 2014

Reconsiderações

Passei mais ou menos os últimos três anos em grande ansiedade. Engordei, dormi mal, estraguei um joelho, tudo no medo de um porvir que, sinceramente, não tinha idéia do que seria. Ter essa pequena clarividência que eu tenho, assim como meu pai também tinha, é mais um problema do que uma solução. Eu choro términos de namoro e falecimentos meses, às vezes anos antes deles ocorrerem. Comemoro vitórias e presentes antes mesmo de existirem. E na hora em que a premonição vira presente, eu estou lá, de pé, para o que der e vier.
Chorei minha Oma aos dez, carreguei a alça do seu caixão aos treze. Chorei meu pai aos vinte e um, fui carregar seu caixão em Botafogo depois dos trinta, todos os amigos me encarando como se eu não tivesse direito de estar ali. Também não me pegou de surpresa, esse desacato, às vezes parece que eu sou enganado só porque dou mole.
Vi a partida da minha outra avó, a abusiva, enquanto encarava ela. Vi, e com outros dons que temos na família, mostrei o horror da partida. Ela viu, entrou em negação e só foi se lembrar daquilo no seu agonizante leito de morte. Falou meu nome um ano seguido, enquanto dores maiores que a morfina tomavam conta dela.
Eu não ligo se você vai achar esta postagem algo de fantástica. A vida, pela sua mais humilde biologia, já é uma miríade de deslumbramentos e contradições. Eu não preciso inventar que conheço um certo grau de telepatia, clarividência e alguma projeção astral. Muitas vezes, se eu jogar tarô pra você, vai valer a pena me ouvir. E tem dias, afinal, que nada disso dá certo. Fazer o quê?
Tem um tipo de verme que, ao morrer, emite uma luz azulada. Tem um outro bicho que é imortal, só fica renascendo. E tem um tipo especial de animal que acha que pode viver por meio de livros.
Acho que existe um mundo além desse vivenciado pelas leis da física. Não sei como ele funciona, mas sei que funciona. Pude sentir um plano delineado ao meu redor em várias escalas, em diversos momentos, por toda minha vida até aqui. Vi coisas acontecerem comigo e com outras pessoas que só acreditando num plano para que acontecessem desta ou daquela maneira.
Isso quer dizer que eu sou determinista? Não. Só pra começar, mesmo quando a gente vê uma situação, nunca sabemos em que estado de espírito entraremos naquele momento, com aquele acontecimento rolando. Só tenta se colocar na pele do herói de H.G. Wells, em A Máquina do Tempo: incapaz de consertar o passado, ele se condena a assistir inúmeras variações da morte da noiva, impreterivelmente no mesmo horário. No entanto, conforme suas tentativas vão fracassando, ele vai conseguindo, aos poucos, se distanciar da dor de perdê-la para poder finalmente seguir adiante em sua jornada. Ali naquela história, a morte estava determinada, não sabemos se por ter virado passado ou pela determinística; mas o herói, este muda a sua própria ótica para seguir adiante. Para ultrapassar aquele bloco emocional. E então, o restante da história pode acontecer.
Tudo isso só pra te dizer, de novo: você escolhe como vai entrar nos momentos. E isso muda tudo.
Mas voltando ao que estava tentando dizer no começo, a premonição que eu tive era: "Você vai perder tudo que hoje está ao seu redor". Há cerca de três anos.
Cara isso é terrível de se absorver. Mas tem exatamente o mesmo sentimento e efeito que tirar a carta da Morte num jogo de tarô: simplesmente não é nada do que você está pensando.
De fato, tudo que eu tinha ao redor acabou. Endereço, telefone, trabalho, relacionamentos. Tudo.
Hoje eu sou acordado com carinho, e pela mulher mais maravilhosa que eu conheci em toda a minha vida. E não é por me namorar, não. Acho que ela até tá se enrolando comigo. Ela é espetacular por ela mesma. E eu estou começando, finalmente, a sacar quem eu sou. Porque eu simplesmente não vivo mais no terror dos outros. Eu vivo nos meus terrores, e vivo cada um de peito aberto, pra rir um pouco, pra chorar um pouco, e quem sabe, às vezes até mesmo me apavorar. Por mim mesmo.

sexta-feira, outubro 03, 2014

Pequenos toques que podem fazer uma baita diferença (um dia) (no sonho)


۩ Voto branco e nulo só ajuda quem está interessado em se manter no poder. O mito de que tem como uma eleição ser re-feita se tantos nulos e/ou brancos forem atingidos é idiotice.
Referência do TSE sobre os votos brancos e nulos

۩ O voto-cacareco (votar no ridículo) é capitalizado pelos partidos hoje em dia. Tiririca, por exemplo, arrastou com ele mais três candidatos, a se saber:
۩ Votar em quem está na frente, porque os outros não tem chance, é sacanagem. Pelas pesquisas, Dilma, Aécio e Marina já tem votos mais do que suficiente pra fazer sua própria guerrinha. O seu voto dado a OUTRO candidato, pode dar mais voz a ele.
Não precisa concordar comigo, de votar no Eduardo Jorge do PV. Mas eu realmente acho que ele merece mais voz do que tem agora. Ele tem que poder fazer as perguntas que fez nos debates. E outra coisa que me incomoda muito nos outros: o site do PV é .org.br, e não .com.br, sinalizando que ele sabe que não está à venda, acho. E ainda por cima, eles têm de fato uma agenda de governo.
Você se identifica com o Levy Fidélix? Vai fundo! Dá seu voto a ele! Mas por favor, não seja uma Maria Vai-com-as-outras só porque ele não tem chance.
Pense no governador de merda que o Pezão vai ser para esse Estado, querido(a) leitor(a). Pense no César Mais sendo de fato Senador.

Seu voto dá voz à alguém, quer você se importe ou não. Seje sujeito valente e vá pesquisar um pouco, vai.

quarta-feira, setembro 24, 2014

Carl Hart: Drogas não tornam pessoas em criminosos

O neurocientista Carl Hart esteve no Brasil em setembro de 2014 e teve menos atenção que o pontapé biomecânico do Nicolelis na abertura da Copa do Mundo da Fifa. Tive interesse em buscar este material, originalmente publicado na AlterNet, pela simples questão que acho conveniente demais que todos os políticos e repórteres seguem a mesma cartilha todo o tempo, e após décadas de violento debate, nem as respostas mudam, nem as abordagens. O povo vive no medo. Ainda por cima, o cara parece o Denzel Washington.
O autor de "Um Preço Muito Alto" argumenta que as drogas viraram um bode expiatório fácil para problemas relacionados mais com pobreza e racismo.

Carl Hart acredita que o problema do crack é a pobreza
Carl Hart acredita que o problema do crack é a pobreza
O que muitos de nós cidadãos do ocidente, incluindo muitos cientistas e políticos, pensamos que sabemos sobre as drogas pode estar completamente equivocado. Por décadas, a guerra às drogas dos Norte-Americanos (cuja cartilha é copiada item a item no Brazil), fez praticamente uma lavagem cerebral em culpar as drogas por problemas que passam do crime em geral até a deprivação econômica. Em seu novo livro Um Preço Muito Alto – A Jornada de um Neurocientista que Desafia Nossa Visão Sobre as Drogas, Carl Hart esmigalha os mitos mais comuns sobre drogas e seu impacto na sociedade, usando em parte sua própria experiência crescendo numa vizinhança de Miami empobrecida. Hart usou maconha e cocaína, teve várias armas, vendeu drogas e até participou de outros crimes menores, como roubar lojinhas. Uma combinação que ele chama de sorte com escolha trouxe ele à Força Aérea e ao curso superior, e finalmente o tornou o primeiro professor titular de ciências negro na Universidade de Columbia.
Entrelaçada com sua própria história sobre as lutas entre famílias e comunidades estressadas pela falta de capital e poder sobre seus arredores, ele está desenvolvendo novas pesquisas sobre o uso de substâncias. Hart usa sua própria vida e trabalho para revelar que as drogas não são nem de perto tão perigosas quando se pensa. Por exemplo, muitas pessoas usuárias das drogas mais "viciantes" não desenvolvem necessariamente um problema. Aliás, drogas são responsabilizadas por muitos problemas relacionados à pobreza. As políticas que se resultam deste desentendimento são catastroficamente mal orientadas. Kristen Gynne, repórter do AlterNet, falou com Hart sobre sua vida e pesquisa.

Kristen Gynne: Pode nos mencionar algumas das falsas conclusões sobre drogas que você está enfrentando?

Carl Hart: Existem muitas falsas conclusões. Há a crença, por exemplo, de que crack e cocaína são tão viciantes que basta um uso para que o usuário fique preso, e é impossível consumir heroína sem ficar viciado. Também tem outra crença que usuários de meta anfetamina são comprometidos cognitivamente. São mitos perpetuados em primeiro lugar pela manutenção da lei, e a manutenção da lei lida com um grupo limitado e selecionado de pessoas – pessoas que, em muitos casos, se comportam muito mal. Mas generalizar essa conduta para todos os usuários de drogas não é só enxergar mal o problema, ou infantil, é também irresponsável. O impacto desse comportamento irresponsável aterrisa primeiramente nas comunidades negras. Ninguém liga de verdade para comunidades negras, e por isso se permite que esse comportamento continue.
Também é verdade que perdemos várias oportunidades de desafiar nossos conhecimentos básicos sobre drogas. Se as drogas fossem tão daninhas como nós somos levados a crer, uma sociedade de respeito deveria fazer alguma coisa a respeito há muito tempo, para resolver este problema. Mas a verdade é que os próprios conceitos básicos que determinam a nossa política com as drogas está errada e deve ser questionada.

KG: Como a falta de pessoas de cor na academia, ou no processo de pesquisa, afeta nosso entendimento sobre as drogas?

CH: Só para ficar claro, eu não me refiro à pessoas de cor, eu disse pessoas negras, porque pessoas de cor pode-se referir a várias raças diferentes. Estou falando sobre pessoas negras que, como eu, quando voltamos à nossas comunidades e perguntamos sobre pessoas com quem crescemos, a resposta é "bem, ele foi pego com drogas, tá no sistema. Tá pagando uma sentença" ou, "Ah, ele agora tá melhor depois que saiu da cadeia. Não consegue um bom emprego, mas tá se esforçando".
Seria ótimo se tivéssemos cientistas negros, mais pessoas na ciência, para incorporar este tipo de experiências na maneira com que eles pensam e formulam as questões que investigam. O problema é tão homogêneo que questões críticas da nossa comunidade são ignoradas porque não são vistas como importantes.

KG: E como resultado eles não compreendem o próprio ambiente, ou tem outras variáveis que afetam as decisões e comportamento e erram o alvo?

CH: Exatamente. Se você não contextualiza o que está acontecendo com as drogas no país você fica com a impressão que drogas são tão ruins que estão fazendo todas essas pessoas irem presas: "Vamos investigar como as drogas afetam esses horríveis efeitos." Agora, você está ignorando completamente o contexto onde todas essas coisas acontecem, e isso é o que vem acontecendo na ciência. Se você não analisa o contexto, e se você acha que usuários de drogas são ruins, então você desconsidera aquela pessoa que toma conta dos seus filhos, cuida de sua família, trabalha, mas também usa drogas. Se você não pensa sobre todos esses fatores contextuais, você limita seu quadro de análise, e isso é o que temos feito até aqui.
Não é que a ciência minta. Ciência não mente. Mas quando você olha para sua pesquisa com uma visão limitada, você erroneamente tira conclusões sobre drogas, enquanto que outras variáveis que você não compreende ainda estão no jogo.

KG: Você fala sobre as pessoas culparem as drogas, quando esses problemas são ativados pelo stress da pobreza. Tem alguns exemplos?

CH: Eu acho que o crack é o exemplo mais fácil. Nos anos 1980, enquanto eu era adolescente e até os meus vinte e poucos anos, as pessoas – pessoas negras, caras brancos, um grande número pelo país todo – diziam que o crack era tão terrível que as mulheres abriam mão de cuidar dos próprios filhos, e ficou para as avós a missão de criarem mais uma geração de crianças.
Agora, se você olhar para a história em comunidades pobres – minha comunidade, minha família – muito antes do crack entrar em cena, este tipo de coisa aconteceu na minha casa. Fomos criados pela minha avó. Minha mãe foi embora porque ela e meu pai se separaram. Ela foi atrás de melhores empregos e teve de sair do estado, mas não foi só ela. Este tipo de coisa, essa patologia atribuída às drogas, aconteceu com comunidades de imigrantes como os judeus da Europa Oriental quando vieram morar no Lower East Side, mas as pessoas simplesmente passaram a culpar as drogas nos anos 1980 e 1990.
Um outro exemplo é que, desde a era do crack, vários estudos descobriram que os efeitos do crack usado durante a gestação não cria uma epidemia de bebês-crack negros. Ao invés disso, crianças expostas ao crack durante a gravidez cresceram normalmente, e estudos descobriram repetidas vezes que diferenças entre elas e crianças não-expostas não podem ser isoladas dos efeitos sobre a saúde de se crescer pobre e sem um acesso a ambiente estável e plano hospitalar.

KG: E sobre a idéia que drogas podem tornar pessoas em criminosas?

CH: os efeitos farmacológicos das drogas raramente levam ao crime, mas o público aborda a questão dessa maneira independente dos fatos. Se nós formos analisar como drogas farmacológicas influenciam o crime, deveríamos observar o álcool. Sabemos que às vezes as pessoas ficam descontroladas quando bebem, mas com a maioria das pessoas isso não acontece. Certamente, distribuímos milhares de doses de crack e meta-anfetamina para as pessoas no nosso laboratório, e nunca tivemos problemas com violência ou nada deste tipo. Isso indica que não é a farmacologia da droga, mas alguma interação com o ambiente ou condições ambientais, que provavelmente ocorrem sem a droga. Naturalmente, novos mercados de atividade ilegal são muito ou às vezes associados com aumento na violência, ou alguma outra atividade ilegal, mas não é diretamente ligado com as drogas como as pessoas tendem a pensar.
Além do crime, você tem mitos a respeito de drogas causarem incapacidade física, tornarem as pessoas improdutivas para a sociedade, ou destruir famílias. Quando a vasta maioria das pessoas estão usando drogas sem problemas – e uma pequena quantidade de usuários têm problemas – i que isso diz se você estiver pensando criticamente é que não pode ser a droga, ou não pode ser principalmente a droga. Isso te leva a examinar algo sobre situações individuais, condições ambientais, um amplo espectro de fatores.

KG: E sobre o vício? Algumas pessoas que consomem drogas não vão inevitavelmente se tornar dependentes?

Dada a larga percentagem de pessoas que não são viciadas e experimentam essas drogas, é algo além da farmacologia dessas drogas que está causando o vício. Descobrimos por exemplo que 85% das pessoas, por exemplo, que usam cocaína não são viciadas, ainda que usem a mesma substância cosmetológica daquelas que são viciadas. Alguém pode concluir que pode haver uma predisposição biológica nos viciados, mas não há evidência que sustente esta opinião. Com certeza, a idéia tem que ser investigada, mas existe muito mais evidência para sustentar que outras coisas também estão acontecendo na vida das pessoas pré-dispostas ao vício, do que predizer seus vícios antes de outros problemas.

KG Que tipo de fatores ambientais contam?

CH: Bem vamos pensar no uso de drogas. O efeito das drogas é previsível, e algumas drogas são realmente boas em conduzir à euforia e sentimentos de reforço positivo. Agora, se você não tem nada competindo com as drogas para prazer e felicidade, tudo que você tem é privação. Porque você não ficaria doidão?
Se você tiver reforços competitivos ou alternativas, como a capacidade de se prover sustento, desenvolver uma habilidade, ou receber algum respeito baseado em sua performance em qualquer outra coisa, tudo isso concorre contra a conduta potencialmente destrutiva. E então como psicólogo, você só quer ter certeza de que as pessoas tenham uma variedade de reforços em potencial. Se você não tem isso, você aumenta as chances de que as pessoas adotem comportamentos que a sociedade não aprove.
Habilidades que são empregáveis ou vendáveis, educação, ter um patamar ou um papel significativo na sociedade, não ser marginalizado – todas essas coisas são muito importantes.Ao invés de garantir que os membros da sociedade tenham acesso a isso, nossa sociedade culpa às drogas, diz que as drogas são toda a razão para a pessoa não ter uma posição na sociedade, e isso simplesmente não é verdade.

KG: Então se as drogas não são o problema, porque dizemos que são?

CH: Porque elas são um bom bode expiatório. Você pode imaginar se tão poucas pessoas estão envolvidas numa atividade, você pode inventar histórias incríveis sobre essa atividade e ser levado a sério. Isso foi o que aconteceu com as drogas. Note que hoje você não pode inventar histórias incríveis sobre a maconha, mas teve um tempo em que podia: a década de 1930. Isso passou porque muito mais gente experimentou maconha, mas hoje você pode inventar histórias sobre as meta-anfetaminas porque pouca gente usa, ainda.
Bem, eu posso dizer que algumas poucas pessoas realmente sabem que estão usando meta-anfetaminas. Todas essas pessoas que tomam Adderall e outras drogas do mesmo tipo, estão consumindo meta-anfetamina, basicamente. É a anfetamina, e não o "meta" na frente da palavra que cria o efeito.

KG: O que na verdade é responsável pelos problemas comumente ligados às drogas?

CH: Pobreza. E tem as políticas que têm seu papel, também. Políticas como colocar uma larga percentagem dos recursos de manutenção da lei nessas comunidades, então as pessoas quando são acusadas de um crime menor, elas tem uma mancha no currículo que mais tarde diminui a sua chance de se ter uma vida comum, um trabalho decente, essas coisas.
As decisões políticas que tomamos tem um papel muito maior que as drogas em si. Quando eu fiz 14, por exemplo, tinha um programa do governo federal que, visando tirar crianças que nem eu das ruas, nos dava empregos. Sob esses programas, a gente tinha dinheiro pro verão, para se vestir, era bacana. Quando você corta esses programas e as crianças passam a não ter para onde ir, o que você acha que acontece? Não precisa ser cientista pra saber.
Agora nós estamos com esse rapaz de 18 anos, que não tem nada para fazer. Eu estou tentando arrumar um trabalho para ele. Ter um programa federal para crianças menos favorecidas, isso era ótimo. Isso transmite a mensagem de que a sociedade se importa com as crianças terem um futuro. Ensinamos algumas habilidades, ensinamos alguma coisa sobre responsabilidade, garantimos que entre algum dinheiro no bolso deles. Agora se você tira isso tudo deles, perde a chance de ensinar a responsabilidade a eles. Perde a chance de eles colocarem comida na mesa, roupas no corpo.

KG: Em seus agradecimentos, você agradece ao Aid to Families with Dependent Children, que você chama de "bem estar como uma vez soubemos ter."

CH: Toda minha infância, estivemos nos programas de bem-estar social. Minha mãe recebia ajuda para famílias com crianças dependentes – um dos programas de bem-estar social do governo americano. Sem isso, não teríamos subsídios para nossa própria casa. A maior parte da minha infância foi num apartamento com dois quartos, mas aconteceu de nos mudarmos pra um imóvel dos projetos sociais, e ganhamos quatro quartos. Isso foi muito legal.
Ganhamos tickets de alimentos que ajudaram a garantir que tínhamos algo para comer, ainda que pouco. Sem esse programa, eu não teria me desenvolvido fisicamente. Teria ocorrido muito mais estresse no ambiente doméstico.
Agora, a coisa interessante sobre isto é que todos os meus irmãos estavam no programa por causa da minha mãe, e todos os meus irmãos agora têm empregos e são cidadãos responsáveis, pagantes de impostos. Esta história é típica dentro dos programas de governo, mas os conservadores, sob Reagan, começaram a perpetuar essa narrativa da rainha do benefício social, quando na verdade nós sabemos quem são os reis desse benefício: o pessoal da Wall Street. O Governo Federal dá muito mais dinheiro a eles do que às famílias pobres, mas o bem-estar social ficou tão vilipendiado que nos livramos dele.

KG: Como o racismo institucional afeta a política? No seu livro, você mostra como o crack, que é farmacologicamente quase idêntico à cocaína, é punido com uma desproporção de sentenças de 18:1 (e já foi 100:1)* devido à linguagem de racismo codificado ligando a "escória do crack" ao mau comportamento em comunidades pobres e negras. Tem também um relatório recente da ACLU (American Civil Liberties Union, União das Liberdades Civis Americanas) que indica que os negros são em média quatro vezes mais presos por maconha do que brancos.

* Não sei se traduzi bem, o conceito dessa frase me foi inesperado: o texto quer dizer que, para cada ano de condenação por porte de cocaína, tem dezoito anos de sentença para crack em outros processos. Isso é uma meta de redução da disparidade, que já foi de cem anos no crack para cada ano na cocaína. Vale ressaltar que, culturalmente, a cocaína é considerada uma droga de alta sociedade, enquanto o crack é a versão "gueto".
CH: Eu costumo testemunhar como testemunha especialista para ajudar mulheres que usaram maconha durante a gravidez a manterem a guarda de seus filhos. Caso após caso, a ré é uma mulher negra. Seguranças na corte são todos negros; os juízes são todos brancos; e os advogados são jovens e brancos, construindo suas carreiras. É a escravidão toda acontecendo de novo.
Quando você tem um grupo que já é identificado como um "outro", ou um grupo vilipendiado que é minoria, é fácil associar um comportamento para eles. Mas as pessoas não enxergam pessoas negras como sendo completamente humanos. Isso é o que acontece nos US, embora as pessoas não te digam isso.
Porque quando pensamos em Trayvon Martin, quando pensamos em Ramarley Graham, Sean Bell, essas crianças negras que foram mortas nas mãos de algum segurança ou pessoa de manutenção da lei – isso quase nunca acontece com crianças brancas. Se acontecesse, seria uma crise nacional. Mas não é uma crise nacional quando nós já não valorizamos homens e crianças negras da mesma maneira que valorizamos homens e crianças brancas. Nós não vemos eles igualmente.
Eu vejo como as pessoas se comportam, e fica claro. Enquanto você olhar para este grupo desta maneira, vai continuar colocando uma larga percentagem de recursos da manutenção da lei nessas comunidades, mas não muito de maneira a deixá-los melhor. Se você quiser fazer melhorar, dê a essas pessoas empregos. em vez disso, metemos polícia nessas comunidades, fingindo que nos importamos, que fizemos alguma coisa. Mas isso não ajuda.
Enquanto reações das drogas são previsíveis, interações com a polícia não são, e normalmente se tornam mortais. Como pai de um jovem negro, eu prefiro muito mais que meus filhos interajam com as drogas do que com a polícia. Pessoas brancas não precisam pensar nisso. Policiais muito normalmente vêem garotos e jovens negros como menos que humano. Isso cria uma mentalidade onde crianças negras devem "conhecer o seu lugar" e isso afeta sua psiquê. Indignidades se tornam parte de você.

KG: Como a metanfetamina mudou esse discurso?

CH: Metanfetamina é o novo crack. É a mesma coisa que Adderall, mas nós fomos informados que arruína o rosto e os dentes das pessoas. Não há evidência de que a metanfetamina sozinha, contra pouca ou péssima higiene, tornam as pessoas feias. Ao mesmo tempo, porque a maioria das pessoas que usam ou vão presas por metanfetamina são brancas – pobres, claro, pessoas que não gostamos – isso cria uma oportunidade para dizer que a guerra às drogas não é racista.
Em Montana, eles investiram em sentenças alternativas, como um máximo de um ano de sentença junto a tratamento, para usuários de metanfetamina. Você consegue visualizar isso acontecendo com usuários de crack? Claro que não. É interessante porque, com metanfetamina, nós estamos fazendo nosso trabalho, procurar alternativas para ajudar as pessoas. Mas ainda há alguns lugares, como Oklahoma, que ainda estão trancando os brancos.

KG: Em seu livro, parece que você sente alguma culpa por ter sido bem-sucedido, como se abandonasse a sua comunidade. Como sua vida mudou?

Em termos de onde estou agora, eu tenho dinheiro e não tenho que me preocupar com de onde vem minha próxima refeição, então isso é realmente uma coisa boa. Considerando que, quando eu era adolescente, era um dia bom se eu comia duas refeições. Agora, eu espero comer três vezes ao dia, e esse tipo de coisa. Mas quando eu penso por outro lado em família, amigos e este tipo de coisa, era muito melhor antes, porque eu sabia qual era a de todo mundo, você sabia quem podia vigiar sua retaguarda, não tinha que se preocupar com pessoas te apunhalando pelas costas ou tentando te atingir por uma variedade de razões. Na maior parte do tempo, você estava apenas sendo você mesmo – essa é uma coisa que eu carrego do meu passado comigo.
Não importa se eu estou aqui ou lá, eu tenho esse senso de responsabilidade pela comunidade e eu espero carregar isso sempre comigo. Quando isso não estiver comigo mais, talvez esteja na hora de morrer.

KG: Como você navega entre duas culturas diferentes?

CH: Isso é bem difícil, porque eu lido diariamente com a cultura principal (mainstream), e minha família não é muito disso. Peraí, eu não apenas estou na cultura principal, eu estou lidando com essa cultura sendo a porra de um professor na Columbia. Agora, quando eu posso tirar a máscara e ir pra casa, leva uns dias pra me acostumar, ficar OK, não tô mais no poço com os tubarões, eu posso relaxar e relaxar meu vernáculo. E aí tenho que ir embora de novo.
Então, minha família pode ver essa personalidade Columbia, e eles podem tomar isso como um afronta pessoal. Eu me sinto como uma fraude, de vez em quando, em casa, mas isso não tem nada a ver com como eu me sinto com minha família. É só que eu estou pegando pedaços do inferno quando estou no mainstream. No mainstream, eu sou suspeito porque sou preto, tenho dreadlocks, tenho uma barbicha. Quer dizer, eu sou apenas suspeito. Na minha sala de aula na Columbia, eu não sou suspeito porque está claro o que eu estou fazendo, mas eu ainda sou suspeito. E as pessoas são curiosas; elas não sabem que eu tenho os mesmos sonhos e aspirações que elas. Elas acham que eu devo ser diferente de algum jeito.
Esse tipo de problema deve ser um tópico fascinante para pesquisa, particularmente quando pensamos sobre saúde física ou mental, e como elas se manifestam. Mas isso nunca seria aprovado pelo Instituto Nacional de Saúde, porque não é interesse dos pesquisadores brancos. São coisas com as quais tenho que tocar minha vida.

KG: Como esse livro se remete à sua experiência na academia e na América negra?

CH: Eu falo a linguagem dos dois lados. E como resultado, eu acho que ele fala com ambos. E eu espero que no processo, talvez ao longo do caminho, as pessoas que voltam pra casa cuja histórias eu estou tentando compartilhar, se vejam na minha história. E as pessoas no mainstream – eu estou tentando ajudá-las a se ver na minha história.
Em algum momento, eu apenas espero que isso se funda, que eles vejam que não somos todos tão diferentes. Temos as mesmas esperanças, sonhos e aspirações. A expressão desses sonhos e esperanças podem ser ligeiramente diferentes, mas somos bem similares. É isso que eu espero.

KG: Como a política que reflete a realidade deveria ser, e como chegamos até ela?

CH: Isso é complexo, mas muito simples de começar. A primeira coisa é descriminalizar todas as drogas. Mais de 80% das pessoas presas por drogas foram presas por simples posse. Quando você descriminaliza, agora você tem um grande número de pessoas – estamos falando aqui de 1,5 milhão de pessoas presas por ano – que não vão ter mais essa mancha no seu registro. Isso aumenta a chance de essas pessoas conseguirem um emprego, participarem do jogo maior.
Em segundo lugar é aumentar dramaticamente uma educação realística sobre as drogas – nada desse lance de "isto é seu cérebro nas drogas", mas educação de verdade, que tenha mais chance de as pessoas entenderem os efeitos das drogas que elas estão usando, especialmente as que tem efeito medicinal. Não use heroína com outro sedativo porque isso pode aumentar as chances de depressão respiratória. Educação realística, dizendo às pessoas o que fazer, como prevenir efeitos negativos associados às drogas. Já fazemos isso com álcool – você não deve fazer "binge drink" (beber massivas quantidades de álcool em curto período de tempo), não beba de estômago vazio – e deveríamos fazer isso com as demais drogas. 

Esta reportagem foi livremente traduzida por mim como um exercício. Não me arrogo de tradutor, assim como gostaria de ser consultado a respeito do uso desta postagem.

segunda-feira, junho 30, 2014

Na granja Comary, cresce a grama; Neymar dá sorrisinho de lado.

Enquanto Clint Eastwood segue completamente indiferente a respeito do que é futebol, quiçá onde fica o Brasil, nossos repórteres estão atentos ao que realmente interessa: as mudanças fundamentais ocorrendo, minuto a minuto, na Copa Brasileira.
Hoje de manhã, o jardineiro foi interpelado pela nossa equipe para apresentar "pelo amor de Deus", segundo pediu nosso repórter, algum dado novo. Rindo, o funcionário comentou que a grama deve ter crescido.
Consultamos diversos cientistas, e o mundialmente famoso agrônomo Osvaldo Tranho comentou o lance.
– De fato, é bastante provável que a grama, desde que vocês perguntaram da última vez, tenha de fato ganho algum tamanho.
Ainda acrescentou à nossa reportagem que, caso necessário, o nosso prêmio Nobel da Agrotecnologia poderia calcular a taxa de crescimento para que tivéssemos novas notícias a dar para o público faminto por novidades.
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A nossa equipe também registrou que foram incendiados três ônibus próximo a alguma comunidade, e dessa vez decidimos culpar os traficantes porque a matéria dá menos trabalho.

quinta-feira, junho 19, 2014

Racionalizando

Engraçadinho ver todo mundo achando ruim que tem manifestação. Mas os dotô político morre de medo de passar vergonha na frente dos gringos. Os dotô impresário também. E eu acho fundamental termos um governo com medo do povo, ao invés de um povo com medo ou indiferente ao governo.
Se não dermos nosso manifesto agora, não damos nunca mais.
Esse papinho furado de que o voto é arma, isso não leva a nada. Como Banksy já repetiu, se voto valesse alguma coisa, seria pago. O que temos de fazer de novo é criar o MEDO em quem assumir um cargo daqui por diante. O cara tem que ter medo de sair de casa pra fazer campanha. E tem sair, porque não pode cagar o patrimônio público com galhardete e papel sonho.
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E vem cá, a Xuxa fica ganhando essa merreca toda de aliciadora de menores. O filme nem era pornô, era só uma merda malfeita mesmo, mas estava justamente mostrando como a inocência infantil é frágil. Tinha Tarcísio Meira, Vera Fischer e o escambau.
Quem tem que tomar esporro nessa história toda não eram os pais do garoto "corrompido" na cena do filme? Porque, junto com a Xuxa que só deu um beijinho, tinha mais dez peruas na cena em que ele é atacado. Todas pulam em cima dele, algumas mirando da cintura pra baixo, e não escuto o nome de nenhuma delas.

Qual é, galera?
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Tudo que você escolhe é importante.
Quando você fica com medo e valoriza um condomínio com grades, é a segurança pública que você repudia; quando você paga um plano de saúde achando que "sei lá, quem sabe, um dia" isso vai te salvar, é a saúde pública que você JÁ PAGA para ter que você repudia; quando você acha que 'menas' é mais, e não há 'poblema' em 'estrupar' o idioma número seis do mundo, é do professor que você ignora precisar. Quando o médico não te atende e ninguém lembra do Juramento de Hipócrates, antes de qualquer outra coisa, é a cultura geral e a inteligência social que você joga fora.
Eu vivo numa cidade em que olhamos feio um lixinho no chão. Queremos separar lixo mas não deixamos de separar as pessoas. Queremos que o outro deixe o nosso carro passar. Mas jamais pensamos que podemos não precisar do carro que temos.
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Entendamos, portanto, que um policial com arma na mão tem dolo em cada bala que dispara. Que um médico NUNCA pode omitir socorro. Que um advogado tem o dever cívico de defender toda a sociedade, inclusive de sua auto-indulgência, não apenas o microonibus da OAB andando no Centro.
Não precisam concordar comigo, mas eu acho que o artista perdeu o critério, a referência, a noção e a capacidade de criticar a sociedade, e este é o último crime de uma sequência de horrores.

terça-feira, maio 20, 2014

Troncha

Patética, perdida, imoral. Fazendo lasanha das palavras, numa lengalenga sem fim ou motivo. Apenas um eco, já caricatural, já brega, de algo que você soube reconhecer como desejo. Lanhas de teus caldos e das canas que viste, pernas já nem tão bambas de prazer, mais da idade mesmo, duas-caras bancando a mãe gentil dentro de um quartel, para rapidamente virar-se num guaxinim frenético de maquiagens, perfumes e frases prontas. Veste-se com toalhas pois está servida a janta.
Perdida ao meio da estrada lúgubre, pichada por canadenses assexuados, já nem sabes o que pretendias: causar? estragar? salvar?
Nada deu em nada para ti. Já soube, que eu vi no fundo de teus olhos e dentro da tua alma, já soube o que era aquele céu que de vez em quando babejas em teus toscos textos. Eu vi você lá, porque foi onde te coloquei incontáveis vezes. E quem mais fez isso?
Vais andar abraçada a teus murmúrios, com as macaquinhas de auditório a te fazerem coro, sem sequer entender que jamais poderão ser o que você foi, ou é. Vai, desclame-se. Aporrinhe-se. Perca-se.
Mas dá um jeito de devolver aquele laptop, ele é bom demais para ti, sua brega.

sexta-feira, janeiro 03, 2014

Física Quântica prova que a morte é uma ilusão

A Anne Rice compartilhou esta matéria pelo Facebook, e decidi traduzir. Notem que não sou tradutor profissional, estou apenas oferecendo o que posso.

A morte é uma ilusão?

A maioria dos cientistas provavelmente dirão que o conceito de pós-vida é ou nonsense, ou no mínimo improvável.
Ainda assim um expert afirma que tem evidências para confirmar a existência após o túmulo – e elas repousam na física quântica.
O professor Robert Lanza afirma que a teoria do biocentrismo ensina que a morte tal como a conhecemos é uma ilusão criada pela nossa consciência.

Robert Lanza afirma que a teoria do biocentrismo diz que a morte é uma ilusão. Ele diz que a vida criou o universo, e não o contrário. Isso significa que espaço e tempo não existem do modo linear que nós fomos educados a acreditar que existe.
Ele usa o famoso experimento da dupla fenda para ilustrar este ponto. E se o espaço e o tempo não são lineares, então a morte não pode existir em um sentido linear, também.



Professor Robert Lanza, acima, com sua teoria explicada no seu livro Biocentrism: How Life and Consciousness are the Keys to Understanding the True Nature of the Universe
‘Nós pensamos que a vida é apenas a atividade do carbono e a mistura de moléculas – nós vivemos um pouco e então apodrecemos no solo,’ diz o cientista no seu website.
Lanza, da Escola de Medicina da Universidade de Wake Forest no Norte da Carolina, ainda explica que como humanos acreditamos na morte porque ‘fomos educados para acreditar’, ou mais especificamente, nossa consciência associa vida com corpos e nós sabemos que corpos morrem.
Sua teoria do biocentrismo, no entanto, explica que a morte pode não ser tão terminal como nós pensamos que é. Biocentrismo é considerada uma teoria para o todo e vem do grego para ‘vida no centro’. É a crença de que a vida e a biologia são centrais para a realidade e a vida cria o universo, não o contrário.
Isto sugere que a consciência de uma pessoa determina o formato e o tamanho dos objetos no universo. Lanza usa o exemplo de como percebemos o mundo ao nosso redor. Uma pessoa vê um céu azul, e é dito que a cor que estão vendo é o azul, mas as células no cérebro de cada pessoa podem fazer o céu ficar verde ou vermelho.
Teoria de Lanza para o Biocentrismo e o além-vida
Biocentrismo classificada como uma teoria Unificadora e vem do Grego ‘vida no centro’.
É a crença de que a vida e a biologia são centrais à realidade e que a vida cria o universo, não o contrário.
Lanza usa o exemplo da maneira que percebemos o mundo ao nosso redor.
Se a pessoa vê um céu azul, é é dito a ela que aquela cor que ela está vendo é azul, mas as células no cérebro dela são modificadas é possível que ela esteja vendo verde, ou talvez vermelho.
Nossa consciência dá sentido ao mundo, e pode ser alterada para mudar esta interpretação.
Ao olhar para o universo de um ponto de vista biocêntrico, isto também significa que o espaço e o tempo não se comportam da maneira rápida e pesada que nossas consciências dizem que eles se comportam.
Em suma, espaço e tempo são ‘simplesmente ferramentas da nossa mente.
Uma vez que aceitamos que o espaço e o tempo são construtos mentais, isso significa que morte e a idéia de imortalidade existe em um mundo sem fronteiras espaciais ou lineares.
Físicos teóricos acreditam que existem um número infinito de universos com variações diferentes de pessoas e situações, tomando lugar simultaneamente.
Lanza adiciona que tudo que pode acontecer está acontecendo em algum ponto destes multiversos, e isto significa que a morte não pode existir em 
nenhum senso real, também.
Lanza ao invés disso afirma que quando morremos, nossa vida se torna uma ‘flor perene que volta a florescer no multiverso’.

‘Resumindo: o que você vê pode não existir sem sua consciência’ explica Lanza. ‘Nossa consciência dá sentido ao mundo.’
Lanza cita o teste da fenda dupla, representado na figura acima, para basear suas afirmações. Quando cientistas observam uma partícula passar através de duas fendas, a partícula atravessa uma ou a outra fenda. Se uma pessoa não está observando, ela age como uma onda e pode ir através das duas fendas simultaneamente. Isto significa que o comportamento é baseado na percepção do observador
COMO O EXPERIMENTO DA FENDA DUPLA SUPORTA A TEORIA DE LANZA
No experimento, quando os cientistas observam uma partícula atravessar através de duas fendas em uma barreira, a partícula se comporta como uma bala e passa ou por uma, ou pela outra fenda.
Quando uma pessoa não está observando a partícula, ela se comporta como uma onda.
Isso significa que ela pode atravessar as duas fendas ao mesmo tempo. Isso demonstra que matéria e energia podem apresentar características tanto de onda como de partículas, e este comportamento de partícula muda baseado na percepção e consciência do observador. 
A Teoria completa de Lanza pode ser lida em Biocentrism: How Life and Consciousness are the Keys to Understanding the True Nature of the Universe.
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Eu não consegui parar de me lembrar de um amigo meu, que resumiria esta matéria toda muito facilmente, exatamente por ser um surfista de corpo e de alma. Posso citá-lo em minha imaginação:
Cara a partícula fica lá fazendo o que você quer, mas se você não tomar conta, é que nem leite fervendo, maluco, ela fica de onda e pã.

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