quarta-feira, maio 28, 2008

Museu manda 'matar' casaco feito de células-tronco vivas que estava exibindo

A arte é imortal, dizem os poetas. A menos que não seja.


Uma das partes mais estranhas na abertura de “Design e a Mente Elástica” (Design and the Elastic Mind), uma exibição bastante estranha no Museu de Arte Moderna de Nova York que explora o território onde o design encontra a ciência, era um casaco cuidadosamente feito de células-tronco de camundongos, vivas. O “couro sem vítimas” era mantido vivo em uma incubadora com nutrientes. Até recentemente, na verdade.


Paola Antonelli, curadora sênior do museu, teve de matar o casaco. “Estava crescendo demais”, disse ela em uma conferência em Belgrado, Sérvia. As células estavam se multiplicando tão rapidamente que a incubadora estava ficando entupida. Além disso, uma das mangas estava caindo. Então, depois de checar com os criadores do casaco, um grupo conhecido como SymbioticA, da Escola de Anatomia e Biologia Humana da Universidade da Austrália Ocidental em Perth, ela cortou o fornecimento de nutrientes para as células.


"Cruel"

Embora ela tenha dito, “Me senti cruel quando desliguei a alimentação,” Antonelli disse em uma entrevista mais recente que foi, essencialmente, uma decisão dolorida com um pouco de arrependimento. “Era a única peça viva da exibição,” ela disse. “Era realmente uma peça espantosa.”


Oron Catts, diretor da SymbioticA, disse em uma entrevista por e-mail que ele “gostou particularmente do que ocorreu no MoMA”, com sua sensibilidade levemente Frankeinsteiniana da “vida crescendo fora de controle”. A necessidade de fechar a exposição combinou com a meta do grupo de “apresentar o fim de nossos trabalhos de uma maneira que lembre as pessoas que esses trabalhos estão/estavam vivos e que temos uma responsabilidade em relação aos sistemas vivos que nos engajamos em manipular”, escreveu.



Além disso, ele acrescentou, “a peça conseguiu recuperar parte de sua ironia que se perdeu” ao ser colocada num contexto que ele caracterizou como sendo um “show otimista de design”.

Nenhum comentário:

Mulan, o curta

Uma vez a gente ficou imaginando que desenho da Disney nos representava. Eu disse que ela com certeza era a Bela, porque adorava ler, ad...