terça-feira, setembro 15, 2009

Perenidade

"Detesto computadores".
Quis ouvir isso muitas vezes, pois nada pior que um idiota motivado na frente do teclado. Ouvi poucas.
Por muito tempo, esses poucos eu ainda não entendia, poxa, como se pode odiar a revolução do século 21? Tudo aquilo para que nos preparamos durante 3 décadas! Imagino que os reformistas também não entendiam os monarquistas, 3 séculos atrás lá na França.
Mas eu agora encontrei uma boa razão para odiar computadores. A palavra "perenidade".
Você deve ter tido boas chances de ver fotos do seu avô criança, né? Aquelas preto e branco, todo mundo com roupas engraçadas... E você acha que seu filho vai conseguir ver suas fotos? Não. Ele vai ter mais chance com as fotos do bisavô que o papai aí.
A base daquelas fotografias era papel espesso, com fibra de algodão, em nitrato de prata. Como pode-se comprovar, dura muito. As suas, isso quando você as revela, são substrato de celulose, polímero plástico e tintas de origem vegetal. A durabilidade é de cento e tantos anos contra cinco. Eu disse, cinco anos.
Vá lá, alguém pode dizer, no longo prazo não se conta nem uma nem outra, até a foto com nitrato não deve resistir mais que 300 ou 400 anos. Nada que se compare a uma pirâmide. Ou à Torre Eiffell.
As mídias de hoje são temporárias. Os discos, seja CD, DVD, ou o novo Blu Ray, não resistem sequer a vinte anos de manuseio. Uma certa diferença se compararmos com os vinis, ou os 8mm. Estamos trocando durabilidade por visual.
Dentro de duas gerações, todo o nosso tempo presente, por mais chato que seja, terá se evaporado. Já é um pouco difícil rastrear a década de 80, não que tenham tantas coisas lá que nós precisemos, mas pense nisso. Imagine como vai ser explicar uma música do Faith no More.

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