Os americanos tiveram que tolerar, absorver e até mesmo premiar muitas coisas que horrorizariam a geração de seus pais - do divórcio fácil ao aborto rápido e irrestrito, passando por piercings de alteração extrema do físico até o ensino da homossexualidade nas escolas. Será que isso significa que os americanos de hoje estão muito moralmente confusos e depravados que as gerações anteriores? Claro que não, diz o jornalista veterano David Kupelian. Mas eles caíram vítimas das mais brilhantes e convincentes campanhas da história moderna.
Esse é o primeiro parágrafo da resenha do maravilhoso livro The Marketing of Evil, na qual o "veterano David Kupelian" ensina sobre o marketing trabalhando para deixar o americano mais liberal, mais esquerdista - enfim, seduzido pelo mal.
A princípio, fica obviamente risível a proposta desse livro. Depois, fica ainda mais ridículo. Mas temos que ter em mente que vivemos em um mundo repleto de opiniões diferentes, que mesmo providas de nenhum senso de realidade, fazem o mundo girar para este ou aquele lado.
Para mim mesmo, por exemplo, as diversas correntes políticas que dominam o mundo são apenas estilos estéticos: o homem sempre será o mesmo animal básico, sempre apresentará as mesmas reações diante dos mesmos estímulos. Não haverá, jamais aprendizado. A suposta "aprimoração técnica" à qual nos condicionamos a crer que o homem pode se aplicar, nada mais é do que a ambição individual de se aprender um truque novo. Os instintos continuam os mesmos.
Mas não falarei de mim aqui, eu estou muito impressionado com os comentários das pessoas que compraram (!) esse livro. São tantas pérolas, infelizmente em inglês, que é difícil para mim separar uma para expor aqui (mal traduzidas, eu sei, me perdoem, que eu não sou profissa nesse lance).
"The Marketing of Evil" corta a maçã brilhante produzida para as massas em dois pedaços, revelando seu miolo repulsivo: um verme podre, pegajoso e nojento e, alguns diriam, "não um verme velho qualquer". O bicho não é nenhum outro senão o príncipe das mentiras em pessoa. [...] Felizmente para todos nós, David Kupelain tem esta besta na mira, atira nela com cartuchos de munição divina e agora nos entrega sua carcaça podre, exclamando ao fundo de nosso assombro, "Ele estava xeretando por aí ao seu redor o tempo todo. Não me diga que não o notou".
Fica muito, muito difícil para mim entender essas pessoas. Mas as fobias fazem parte de todos os povos, ou ao menos a maioria deles, e só não sentimos aqui no Brazil esse tipo de pânico porque já temos por demais trabalhado o nosso complexo de vira-latas (eu sei, é Nelson mesmo), e ainda temos mais vontade de abraçar o bucaneirismo como pátria ideológica do que qualquer sem rumo pelo mundo poderia sonhar.
Um comentário:
como eu posso abortar com3 meses
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